Violência Obstétrica
Este tema tem sido imensamente falado nas últimas semanas, principalmente pela falta de profissionais nos serviços públicos de obstetrícia no nosso país.
Agora, mais do que nunca, é preciso debatermos o assunto e não assumirmos que as mulheres têm que aguentar tudo e que têm que entender que os hospitais têm de dar vazão a mais parturientes.
Mais de 45% das mulheres revelam ter tido um parto totalmente diferente do que queriam. Ainda que não possamos colocar o ónus da culpa na instituição propriamente, também não podemos desresponsabilizar e acusar apenas o Governo de não proporcionar condições para os profissionais de saúde fazerem o seu trabalho no sector público.
Por muito penosa que seja a gestão, cada mulher tem que ser tratada com dignidade e SER OUVIDA. Continuam a ser feitas práticas não recomendadas pela OMS com taxas em Portugal acima da média europeia.
Manobras como a de Kristeller estão mais do que ultrapassadas.
Episiotomia sem consentimento é violência. Ignorar o plano de parto, ou não perguntar à gestante o que pode e quer ser feito é violência, sim!
E se a grávida não quer que lhe façam toque ao longo da gravidez não é necessário. Apenas no trabalho de parto activo poderá ser benéfico. Fora isso, é desconfortável e sem nexo.